Com sua origem na Segunda Guerra Mundial, devido à grande escassez de suprimentos e da necessidade de reformular bonecas,
a Bebê Reborn – traduzida para o português “bebe renascido” – são bonecas ultrarrealistas, feitas a mão, com o intuito de parecerem crianças.
Apesar dessas bonecas terem sido destinadas ao público infantil inicialmente, hoje elas são alvo de polêmica entre os adultos, em função da “humanização” que ocorre em relação a elas, nos últimos meses estão surgindo casos de todos os tipos, parto reborn, pessoas levando as bonecas até o hospital e até casais se divorciando e querendo guarda compartilhada da reborn. Mas será que essa versão que as redes sociais nos vendem da arte reborn é completamente verdadeira?
Em entrevista ao Jornal Contexto, Alessandra Lui Moretti – uma apreciadora da arte reborn—deu sua opinião em relação a forma com que a comunidade reborn está sendo representada atualmente.

Ela revelou que começou sua coleção de bonecas em 2020, porém já tinha um interesse na área: “Era admiradora da arte e uma amiga, que também é colecionadora, me apresentou algumas artistas sérias. Com isso, comecei minha coleção”.
Quando questionada se esse interesse era compartilhado com outras pessoas de alguma forma, ela diz que sim. “Eu compartilho o gosto pela arte com amigas colecionadoras, através de fotos na internet e encontros restritos a amigas que partilham do mesmo estilo de coleção (somente originais), porém não participo de eventos públicos, nem vídeos que não condizem com a realidade de um colecionador, não trato minhas bonecas como humanas, apenas cuido e prezo pela arte”.
Mesmo tendo um apreço por essa arte, Alessandra não acredita que faça parte da “comunidade reborn” e critica quem usa desse artifício para promover uma ideia errada. Em conclusão ela ainda comenta sobre como a falta de respeito das pessoas que agora estão tentando ganhar fama banalizando a arte reborn.
“Nos dias de hoje está complicado tentar explicar e diferenciar as situações. Temos colecionadores sérios, temos colecionadores que não sabem nem diferenciar um bebê pirata e mal feito de um bebê original, tem as pessoas que tem nas bonecas um suporte emocional, como as pessoas que se apegam em um Pet (tenho vários também) e as que mais estamos vendo no momento são aproveitadores querendo usar o assunto para se promover. Espero que este último passe logo, pois a arte não merece isso tudo que está acontecendo.”