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A Fórmula 1 sempre foi uma grande impulsionadora de novas tecnologias para carros. Dela surgiram inovações como os freios ABS, controle de tração, volante multifuncional e vários avanços nos motores.
Mas uma parte importante do progresso tecnológico vem agora de outras categorias. A Fórmula E, competição entre carros 100% elétricos, deu um novo impulso ao desenvolvimento de tecnologias que vão das pistas para as ruas.
Uma inovação interessante da Fórmula E que pode chegar aos carros de produção é uma nova solução de recarga de baterias, mais eficiente e rápida. Na etapa de Jeddah, na Arábia Saudita, a categoria começou a testar um sistema de carregamento ultrarrápido durante a corrida, semelhante ao famoso pit stop dos carros a combustão.
Além da solução de carregamento, as montadoras também podem explorar novas soluções de regeneração de energia, de propulsão, entre outras. Veja abaixo como podem funcionar algumas delas.
Fórmula E é uma das categorias que ajuda as montadoras na criação de novas tecnologias — Foto: Divulgação | Porsche
Nesta temporada, o carro de Fórmula E chegou à terceira geração e traz evoluções consideráveis. A aceleração de 0 a 100 km/h, por exemplo, ficou um segundo mais rápida.
Agora, um carro da categoria leva apenas 1,82 segundo para atingir essa marca. Apesar de a velocidade máxima continuar em 322 km/h, a arrancada ficou 30% mais rápida.
O novo sistema de tração nas quatro rodas foi um dos responsáveis por esse bom resultado. Na geração passada, apenas as rodas traseiras despejavam potência no chão.
Carros da Fórmula E já desenvolvem soluções para os carros elétricos de rua — Foto: Divulgação | Nissan
Veja mais na ficha técnica abaixo:
Quando a Fórmula E começou, equipes como Nissan, Porsche, Mahindra e Yamaha não tinham experiência no desenvolvimento de carros de fórmula, muito menos com motores 100% elétricos.
No caso da Nissan, o elétrico Leaf ajudou no desenvolvimento do carro de Fórmula E, explica Tommaso Volpe, chefe da equipe da montadora na Fórmula E.
“Primeiro fizemos a jornada da rua para a pista, e agora está começando o caminho inverso, da pista para as ruas”, explica Volpe.
Time da Nissan tem mais engenheiros responsáveis pelo desenvolvimento de softwares do que mecânicos — Foto: Vinicius Montoia | g1
Para tornar a Fórmula E mais dinâmica, a categoria utiliza um dispositivo chamado "modo ataque" (attack mode), que libera mais potência para o carro durante cinco minutos. Esse modo fornece 100 kW adicionais ao piloto.
Com o modo ataque, a potência do carro aumenta de 390 para 470 cv, o que equivale a adicionar a potência de um motor 1.0. Segundo a Porsche, a principal tecnologia vinda do time da Fórmula E para seus carros de rua foi o modo ataque.
O novo Porsche Taycan Turbo GT, lançado no Brasil em março deste ano, adotou a tecnologia desenvolvida nas pistas e isso o entrega 163 cv de potência, elevando a potência máxima do sistema para 952 cv.
A evolução veio do time de corrida, uma vez que o Taycan Turbo S disponibilizava o antigo "Push to Pass" (botão de ultrapassagem) que elevava a potência em 95 cv e só podia ser acionada a cada 10 segundos. O atual Modo Ataque pode ser acionado novamente a cada quatro segundos.
"É uma função bastante útil em caso de ultrapassagens em estradas ou utilização em circuito", diz Leandro Rodrigues Sabes, gerente sênior de comunicação da Porsche Brasil.
A quarta geração dos carros da Fórmula E já está em desenvolvimento. Os engenheiros da Nissan afirmam que o novo modelo será capaz de entregar 600 kW de potência, o que corresponde a 800 cv.
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