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Bolsonaro queria que relatório da Defesa sobre urnas 'escrevesse que tivesse fraude', diz Cid

Ministro da Defesa de Bolsonaro teve que adaptar relatório sobre fraude nas urnas após pressão do ex-presidente, segundo Mauro Cid.

20/02/2025 17h03
Por: Clara Morais Fonte: g1

O tenente-coronel Mauro Cid disse que o ex-presidente Jair Bolsonaro pressionou o então ministro da defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, a escrever em um relatório que houve fraude nas urnas eletrônicas.

O depoimento aparece em um dos vídeos da delação premiada do ex-ajudante de ordens. O ministro Alexandre de Moraes tornou as gravações públicas nesta quinta-feira (20).

 

"Na verdade, o presidente queria que tivesse. Escrevesse que desse fraude, que tivesse fraude", disse Cid.

 

A frase foi dita em resposta ao ministro Alexandre de Moraes. O magistrado citou uma reunião que teria com o general Paulo Sérgio, logo após a conclusão do relatório elaborado pelas Forças Armadas, em novembro de 2022, e que foi desmarcada pelo militar. Moraes queria saber de Cid se o ministro da Defesa foi proibido por Bolsonaro de comparecer à reunião e de mostrar o relatório que confirmava a confiabilidade das urnas eletrônicas.

O tenente-coronel Mauro Cid disse que o ex-presidente Jair Bolsonaro pressionou o então ministro da defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, a escrever em um relatório que houve fraude nas urnas eletrônicas.

O depoimento aparece em um dos vídeos da delação premiada do ex-ajudante de ordens. O ministro Alexandre de Moraes tornou as gravações públicas nesta quinta-feira (20).

 

"Na verdade, o presidente queria que tivesse. Escrevesse que desse fraude, que tivesse fraude", disse Cid.

 

A frase foi dita em resposta ao ministro Alexandre de Moraes. O magistrado citou uma reunião que teria com o general Paulo Sérgio, logo após a conclusão do relatório elaborado pelas Forças Armadas, em novembro de 2022, e que foi desmarcada pelo militar. Moraes queria saber de Cid se o ministro da Defesa foi proibido por Bolsonaro de comparecer à reunião e de mostrar o relatório que confirmava a confiabilidade das urnas eletrônicas.

"O presidente estava pressionando ele para que ele escrevesse isso de outra forma", respondeu Cid. Após a pressão, segundo o tenente-coronel, foi feita uma nova "construção" textual que apontava que não era possível identificar fraude nas urnas, pois o sistema eletrônico de votação não é auditável, o que já foi desmentido pelo Tribunal Superior Eleitoral.

"Acabou saindo um meio-termo entre o que o presidente queria e o que o ministro Paulo Sérgio fez no trabalho técnico dele", disse Cid.

Em outro momento da delação, o tenente-coronel disse que Bolsonaro, até o último momento, teve esperanças de que surgiria "uma prova cabal de que houve fraude nas urnas". Nem mesmo Cid, porém, acreditava nisso. "Se o senhor pegar todas as minhas mensagens antigas, vai perceber que eu falava que não encontrou fraude", disse o militar ao ministro Alexandre de Moraes.

 

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