Após enviar cartas de amor para uma mulher que não conhece, um homem a agrediu para estuprá-la. A situação, por si só, já é um absurdo, que foi ainda mais potencializado pelo fato de ter ocorrida no local de trabalho da vítima: a Delegacia de Polícia de Guarujá.
Funcionária da Prefeitura de Guarujá cedida ao Estado para a realização de tarefas administrativas, a vítima, de 40 anos, foi surpreendida em sua sala de trabalho às 9h30 da última terça-feira (20).
André Luiz Souza Santos, de 52 anos, entrou no recinto, fechou a porta apenas com a maçaneta, desferiu um tapa no rosto da mulher, a derrubou no chão e passou a agarrá-la, passando as mãos em suas partes íntimas e se “esfregando” nela.
Enquanto lutava com o homem, a mulher gritava por socorro. Logo em seguida, dois investigadores se dirigiram à sala, constatando que, embora estivesse fechada, a porta se encontrava destrancada. Ao abri-la, os policiais se depararam com a inusitada cena.
Instantes após, chegou um terceiro policial. Foi necessário o uso de força física para conter o acusado e algemá-lo. Segundo os investigadores, a sala ficou toda revirada devido à briga travada entre o acusado e a vítima.
Como o crime de estupro abrange os atos libidinosos, além da conjunção carnal, o delegado Caio Azevedo de Menezes autuou André Luiz pela modalidade consumada do delito, cuja pena varia de seis a dez anos de reclusão (artigo 213 do Código Penal).
O delegado requereu ao Poder Judiciário que a prisão em flagrante seja convertida em preventiva, devido às circunstâncias e à gravidade do fato, além do que “qualquer outra medida cautelar diversa da prisão restará infrutífera”.
Perseguição
De acordo com a servidora, na sexta-feira da semana passada (16), o homem esteve à sua procura na delegacia, mas ela não se encontrava na repartição policial, sendo informada posteriormente por colegas sobre a visita inesperada do até então desconhecido.
Na segunda-feira (19), véspera do ataque, André Luiz retornou à delegacia, entrou na sala da vítima, fechou a porta e lhe entregou algumas cartas com teor amoroso. Minutos depois, após falar “coisas desconexas”, conforme relatou a vítima, ele foi embora.
O delegado apreendeu 15 folhas manuscritas que o autuado entregou para a funcionária da unidade policial. A Polícia Civil também apura se outras mulheres, eventualmente, foram ou estavam na iminência de ser perseguidas/assediadas pelo acusado.